Obrigada.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

OS FILHOS QUE PERDEMOS NO QUARTO


OS FILHOS QUE PERDEMOS NO QUARTO

(Por Daniela Arbex)

Assisti uma interessante palestra da pedagoga Heloísa Pires, filha do saudoso jornalista, escritor e filósofo Herculano Pires. Com especialização no atendimento de crianças com deficiência, Heloísa é uma profunda conhecedora da infância e adolescência. Em um determinado momento da sua fala, ela abordou um dos grandes dilemas da atualidade: a situação das famílias cujos filhos estão perdidos em seu próprio quarto. Me identifiquei na hora com a expressão usada por ela, porque reflete a trágica realidade que a minha geração tem enfrentado diante da concorrência dos videogames e do encantamento provocado pelos chamados youtubers. Se deixarmos, nossos pequenos passam horas e horas entretidos em mundos virtuais, como o Minecraft, jogo eletrônico que permite a construção de qualquer cenário através de blocos. O fato é que não sabemos lidar com o fascínio que a tecnologia exerce nas crianças e com a idolatria delas em torno de jovens que se tornaram famosos embora sem nenhum conteúdo. O mérito deles é conseguir falar o digitalês, a linguagem da internet, transformando-se em ídolos para milhões de brasileirinhos.
Muitos desses youtubers famosos incentivam o consumo, o desperdício e o pouco apreço pelo outro. Felipe Neto, por exemplo, com mais de 20 milhões de inscritos em seu canal, disse em um vídeo recente no qual aparece jogando, que iria “comer o seu pai, transformar seu pai em gay, fazer ele se apaixonar e depois dispensar ele”. Não satisfeito, continuou seu festival de delírios. “Vou fazer ele entrar em depressão e se matar, seu merda”. É isso que os adolescentes têm ouvido de pessoas que estão enriquecendo diante de uma audiência acrítica.
Lá em casa, videogame e youtube só podem ser vistos nos finais de semana. Mas reconheço que esse pequeno limite não é suficiente. Meu filho, que só tem 7 anos, acompanha o Lucas Neto, irmão do Felipe. O Lucas tem outro discurso, é mais trapalhão e pretensamente inocente, porém não ensina nada que tenha valor e, ainda assim, domina a cena. Consegue vender todos os produtos da sua marca, inclusive uma coxinha recheada com nutela que é comercializada no quiosque de um shopping no Rio. Dia desses, um motorista que me levou para o aeroporto Galeão contou suas peripécias para viajar com a filha de 5 anos ao Rio por causa da tal coxinha. Fiquei impressionada com o esforço daquele pai que, para agradar sua menina, se deslocou até a Barra da Tijuca em busca daquele produto.
A verdade é que nós, pais, temos culpa no cartório. Permitimos que nossos meninos e meninas se percam no quarto, porque, diante das telas, eles nos dão “folga”. O conveniente, no entanto, pode nos custar caro. E não estou falando em dinheiro, não. A tecnologia não supre a sede de amor. Abandonar o filho na segurança de casa nos fará pagar um alto preço. Sem limite, referência e convivência, eles não se tornarão pessoas felizes, solidárias e preparadas para enfrentar o mundo real.
A conta do nosso comodismo chegará no dia em que olharmos para nossos filhos e nos sentirmos incapazes de reconhecê-los.
(Daniela Arbex)

A Bíblia diz: "Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos." (Prov. 27.23). Suas ovelhas são seus filhos e sua família. Cuide deles! Não permita que se percam dentro de sua própria casa.
Quando li este artigo, achei-o de suma importância. Acredito que todos os pais deveriam lê-lo e refletir sobre isso. Ajude-me a espalhar essa reflexão. Compartilhe!
Obrigada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário