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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ano novo - Caderno Novo


Diante de tanta comemoração podemos perder a visão de Deus sobre o ano novo. Comemoração, bebedeira, glutonaria e explosão de fogos e sentimentos é o que a mídia ensina, mas devemos parar para refletir sobre a importância que um ano novo tem sobre nossa vida e psique.

Depois de tantas “viradas” de ano, cada vez mais eu percebo que o nascimento de um nova etapa na vida é muito bonita para ser desperdiçada. É uma fórmula de renovação construída por Deus com muitos objetivos intrínsecos, uma poção energizante de pura sabedoria, um caminho nada fácil a ser percorrido, mas com renovadas expectativas e desafios estimulantes. Uma pessoa indiferente a esta realidade ou medrosa nunca percorrerá esta estrada desconhecida de forma mais profunda e, consequentemente, mais reveladora.
Quando a gente é jovem o ano novo surge quase sempre como frenesi, sem muito discernimento, desejos utópicos sem muita consciência da alma, planos sem a percepção de quem a gente é de fato, como uma criança ainda não alfabetizada que pega uma caneta e sai rabiscando pelo simples prazer de rabiscar, sem norma, sem forma, sem objetivo e sem noção.  É justamente este tipo de mentalidade sem percepção plena da vida que destrói a alma com frustração, decepção e desânimo. Por isso, lá pelos meados de fevereiro e março, a pessoa já não sente mais prazer, já não tem força para levar a cabo seus projetos e volta ao mesmo marasmo dos anos que se foram.
Quando eu era criança, uma das coisas que mais me davam prazer era ganhar um caderno de desenho novo. Meus pais perceberam que eu tinha certo talento para desenhar e quando um caderno já estava acabando, cheio de desenhos, é claro, meu pai sempre trazia um novo. E não importava o tamanho. Mesmo se fosse bem pequeno, o efeito sobre mim era o mesmo. Um caderno novinho, totalmente limpo, incólume, com cheiro de novo, com suas páginas tão unidas e sem rugas. Algumas vezes eu até o abraçava contra o peito de tanta alegria. E imediatamente o inaugurava com algo muito especial, embora o que me parecia tão especial fosse exatamente igual aos outros desenhos especiais que inauguraram os outros cadernos anteriores quando novinhos em folha. Mas ao longo dos anos, este esforço em melhorar, ainda que na hora sem muito êxito, realmente me tornaram uma desenhista melhor. Os riscos foram se tornando mais firmes e constantes. As cores foram sendo bem colocadas, com nuanças de sombra e brilho, e meus desenhos foram ficando mais bonitos, com margens bem definidas, porém sem barreiras e complexos, com liberdade de expressão e sem limites de criatividade. E o mesmo acontecia com os cadernos pautados. A letra e o conteúdo foram crescendo a medida que cresci também como pessoa.
Ano novo para mim também é assim. É um recomeço, um caderno novo e limpo que Deus nos dá para reescrevermos a história de nós mesmos. Uma oportunidade de reflexão sobre os próprios erros para não cometê-los mais, um olhar renovado para frente, para o futuro, para as possibilidades. Um caderno novinho, sem rabiscos, sem “orelhas”, sem rugas, sem nada, pronto para ser escrito pelas nossas mãos. E Deus nos dá este “caderno” novo pelo simples prazer que isso causa em nós. É como se você se despojasse de tudo que acumulou no ano anterior. É uma limpeza emocional, uma ruptura com a carga pesada da culpa pelo que estava errado, desagradável, mal feito, borrado. É uma nova chance de refazer, de consertar, de recolorir, de fazer diferente e melhor. E Deus sabe que a gente precisa disso.
Com esta compreensão do novo de Deus, a pessoa passa a estudar as possibilidades, o que pode e o que não pode, o que deu certo e o que não deu, e com o passar dos anos vai percebendo que os desenhos antigos serviram apenas plataforma de lançamento ao espaço sideral das oportunidades a frente. Esta compreensão está longe ser a solução para todos os problemas da vida, mas o bom convívio com esta nova proposta já é um grande alívio.
Eu descobri que a vida é o livro da nossa história, e a cada virada de página, a cada novo capítulo, Deus está nos dando novas folhas em branco, que devemos perceber, meditar, percorrer e escrever da melhor forma possível. E como eu menina, devemos abraça-las e amá-las, e inaugurá-las com todo nosso “especial”.
A vida é um livro delicioso, e eu sou apaixonada por livros e pela vida. Por isso quero transformá-la numa enciclopédia de raríssima beleza, um best-seler onde o mundo inteiro possa ler e aprender com meus erros e acertos. Mas acima de tudo, onde as pessoas possam ler conhecer a Jesus através do meu relacionamento com Ele.
Pense bem! Você não está condenando a leitura de um livro pronto, mas está habilitado a escrever os capítulos de uma história incrível. Sabiamente Deus lhe oferece esta oportunidade de satisfação pessoal. Porém Ele lhe dá as páginas em branco. Você é responsável pelo começo, pelo meio e pelo fim. E, como boa leitora e pretensa escritora, eu posso lhe dar um dica para escrever um final feliz para o seu best-seler. Comece colocando Jesus em cada página. Ele já escreveu a Sua própria história, e apesar de um clímax violento na cruz, teve um epílogo vitorioso e extraordinário na ressurreição. E olha que isso não foi ficção! Com este “know how” Ele promete, e pode lhe dar, um “felizes para sempre” de verdade no final do seu livro. E o melhor de tudo: se você escrever alguma coisa errada, tem o sangue de Jesus para apagar seus erros e tem um caderno novo a cada ano que chega.
Pense nisso e Feliz Ano Novo !