Por mais fiéis que sejamos, não conseguimos viver completamente de maneira agradável a Deus o tempo todo. Empregamos nossos melhores esforços para sermos exatamente como (supomos) Deus quer que sejamos, mas, invariavelmente, fracassamos. Por causa de nossa natureza contaminada pelo pecado, vivemos constantemente numa batalha ética interior, como disse Paulo: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim.” (Romanos 7.15,18-20).
Temos uma tendência de tentar viver para Deus por meio de regras. Apesar de desejarmos sinceramente fazer algo de bom para Deus, não conseguimos e ficamos frustrados. Deus jamais nos pediu isso! Sua única intenção é que vivamos por meio de Sua vida em nós. Não fomos chamados para a frustração, mas para a vida abundante que Jesus prometeu nos dar. “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.” (João 10.10). Ao recebermos Jesus como nosso Senhor e Salvador, Sua vida entra em nós através do Espírito Santo que passa a habitar em nós. A vida abundante é um desfrute pleno da vida de Deus em nosso viver cotidiano. Deus nunca esperou que cumpríssemos Sua vontade por nossas próprias forças, porque Ele sabe que não conseguimos. Deus quer que vivamos a Sua vida pela força Dele que habita em nós. Isso é o que a Bíblia chama de “viver pela fé”. Para vivermos a vida abundante precisamos crer que “Deus opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2.13), mas não devemos crer que só Ele é quem faz tudo para o nosso crescimento. Podemos obter a vida de Deus e crescer espiritualmente com leitura bíblica e oração diárias, mas só isso não é o suficiente. Muitas vezes, mesmo orando e lendo a Palavra, podemos começar a crer que podemos ser bons e fazer a vontade de Deus por nossa própria capacidade. Deus tem uma receita infalível para este problema. A Bíblia diz que Deus nos permite sofrer com o propósito de nos conformar a imagem de Jesus. “Pois aqueles que de antemão [Deus] conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos 8.29).
Ninguém gosta de sofrer, mas Paulo conseguia enxergar o proveito das tribulações pelas quais Deus lhe permitiu passar. O grande objetivo é que não confiemos mais em nós mesmos, mas no Senhor que ressuscita os mortos. “De fato, já tínhamos sobre nós a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos.” (II Coríntios 1.9). Nosso maior problema é confiar em nós mesmos, é pensar que somos capazes de alguma coisa. Por isso, muitas vezes, deixamos Deus de lado e começamos a agir pela força de nosso próprio braço. Então, Deus é obrigado a nos mostrar que não é bem assim, e permite o sofrimento para que reconheçamos que não podemos nada. Para vivermos a vida de Deus precisamos dar-lhe lugar. Enquanto ocuparmos a direção, enquanto ainda tivermos o controle, Deus não terá espaço para trabalhar e para crescer em nós. O crescimento espiritual está diretamente ligado ao nosso esvaziamento de nós mesmos. Para Deus crescer em nós, temos que diminuir, sair de cena. “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (João 3.30). sim, Deus cresce em nós diariamente através da leitura e da oração diárias, mas para alcançar esse objetivo, às vezes, Ele precisa usar este excelente instrumento - o sofrimento.
Paulo foi um modelo de cristão justamente porque passou por muitos sofrimentos. Em II Cor. 4.11,16,17, ele disse: “Pois nós, que estamos vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, para que a sua vida também se manifeste em nosso corpo mortal. Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles”. Ou seja, os sofrimentos pelos quais passamos têm o potencial de nos tornar melhores à medida em que nos esvaziamos de nós e de nossas supostas capacidades para que Deus cresça em nós. Por isso, não se comparam com a glória de sermos renovados e amadurecidos espiritualmente.
Portanto, se você realmente deseja viver a vida de Deus, de acordo com a vontade Dele e realizar tudo para Sua glória, permita-se esvaziar-se de si mesmo (de suas vontades, de suas próprias forças e capacidades) e fique atento a cada circunstância, especialmente as que vêm acompanhadas de sofrimento, a fim de torná-las uma boa oportunidade para Deus crescer mais em você.
Simples assim...
Se esta mensagem edificou sua vida, deixe seu comentário, compartilhe com seus amigos e siga-me no Instagram (@pr.raquelroque).
Obrigada!
