Generosidade
se aprende, embora seja coisa do coração.
Nosso
coração pode melhorar e mesmo (milagre!) ser transformado.
Aprendemos
a ser generosos em casa. Se não aprendemos, podemos aprender.
Tendo
aprendido a ser generosos em casa, por vezes desaprendemos por causa da falta
de retorno (desculpe: eu quis dizer falta de gratidão).
Uma
senhora esqueceu sua carteira, recheada de dinheiro, perto de um caixa
eletrônico de um shopping. Uma jovem chega e descobre a perda. Guarda-a, por
instantes, na esperança de que o dono aparecesse.
Não deu
outra. Pouco depois, chegou, esbaforida, exangue, esbravejante, a dona da
carteira.
Pegou-a,
conferiu se não faltava nada e nada disse à sua benfeitora. Na verdade, nem
sequer olhou para a sua salvadora.
Se a
jovem for apenas honesta e não for generosa, talvez pense duas vezes em esperar
pelo dono de uma carteira "perdida".
Aquela
menina é o retrato de muitas pessoas. Ainda bem.
Aquela
senhora é também o retrato de muitas pessoas. Infelizmente.
Em sua
ingratidão, a senhora mostrou desconhecer completamente o sentido da
generosidade. Sim, o sentido está perdido para muitas pessoas. No máximo, para
alguns, existe a generosidade na dimensão da troca, do tipo "serei generoso
com quem for comigo".
Generosidade
é outra coisa.
É mesmo
coisa do coração.
Generoso
é quem olha para o outro. Não tem a ver com dinheiro.
Generoso
é quem faz o rosto do outro brilhar no encontro.
Generoso
é quem faz o outro achar que a vida vale a pena.
Generoso
é quem usa o que tem (dinheiro, tempo, palavra, sorriso, abraço) para tornar a
vida do outro mais bonita. E quando faz isto é o seu rosto que brilha, embora
não o veja.
Recentemente
eu me envolvi com um projeto. Algumas pessoas doaram talento e dinheiro para
viabilizá-lo. Depois, ele foi oferecido a centenas de pessoas. Quanto mais
pessoas contribuíssem (com dinheiro ou com tempo), mais pessoas receberiam o
presente preparado.
Foi
bonito ver os que entenderam e participaram. Foi surpreendente.
Foi
triste ver os que nem sequer ouviram a proposta e também os que não
demonstraram o mínimo interesse. Foi surpreendente.
Também
pensei comigo mesmo: se o projeto fosse de outro, eu me envolveria?
Quando
pensamos sobre as atitudes dos outros, positivas ou negativas em nossa
avaliação, devemos refletir sobre as nossas.
Quando
nós nos reprovamos, geralmente damos como desculpas a falta de tempo ou a falta
de dinheiro. Temos de ter coragem de afirmar que desculpas são o que são:
desculpas.
Um abraço
não custa dinheiro, nem tempo. Custa apenas se achar igual ao outro.
Um
sorriso não custa tempo, nem dinheiro. Custa apenas olhar para o outro com
olhos de Deus.
Ouvir o
outro custa um pouco de tempo, que não fará falta.
Ir a um
hospital custa tempo, que será multiplicado como se fosse um milagre.
Receber
uma pessoa em casa pode custar tempo e dinheiro, transformados em momentos
inesquecíveis em torno da mesa.
Se estas
coisas nos são difíceis, é porque não aprendemos.
Se não
aprendemos, é imoral culpar o passado, porque somos autores do nosso presente.
Israel Belo de Azevedo
Pense
nisso!
Se gostou, deixe seu
comentário e compartilhe com seus amigos nas redes sociais.
Conheça também...
www.bonnevievie.blogspot.com.br
E a minha página de poesias "Bem Dito"
Nenhum comentário:
Postar um comentário