Vivemos dias de tradições
quebradas e valores distorcidos. Somos pressionados diária e cruelmente pela
mídia que ‘dita’ o senso comum, e, quando não nos moldamos a ela, nos esmaga com
complexo de culpa, de solidão e exclusão. Quando alguém cita um provérbio que aprendeu
com os avós, é tido por antiquado ou considerado um ET. No fundo, todos sabemos
que nossos pais e avós tinham sabedoria inegável e, mesmo sem querer, frequentemente
os imitamos. Não deveríamos ter vergonha disso, mas temos.
Não podemos descartar um
comportamento só por causa do que “os outros” vão pensar. Exemplo disso é sobre
ser dona de casa e mãe de tempo integral, artigo raro hoje em dia. Parece que ser uma denota incompetência,
falta de opções de emprego ou ignorância. Pois não deveria ser assim!
Ser dona de casa virou
sinônimo de ser antiquada, ser mãe é sinal de atraso de vida... As meninas já não
brincam de casinha ou de boneca, mas de desfile de modas, de secretárias, ou
pior, de baile funk. Onde nós vamos parar? Deus nos deu a maior de todas as
dádivas e a estamos desprezando.
Quando meu primeiro filho
nasceu (Wesley, hoje com 22 anos), um grupo de amigas veio vê-lo e fizeram o “Culto do
Bebê”. (Que saudade dos tempos em que se fazia isso!). Durante a conversa expus
minha frustração por não
estar “dando conta do recado”, na época, cuidar da
casa, do bebê, do marido e ainda trabalhar na minha igreja, como costumava fazer antes. Realmente estava
muito difícil, eu estava esgotada e me sentia culpada, o que aumenta
exponencialmente o peso do cansaço. Foi então que uma amiga querida me chamou
num canto e ministrou profundamente ao meu coração. Em poucas palavras ela me
disse:
Eu e meu filho Wesley, no dia do seu batismo. |
_ “Raquel, seu maior e mais importante
ministério para este tempo é cuidar de seu filho. Ele precisa e deve ser seu
primeiro ministério agora. Depois virá o tempo em que as outras coisas tomarão também
o seu tempo e dedicação, mas agora, este é o chamado de Deus para sua vida! Valorize-o!”
Aquilo entrou como uma
flecha e guardei no coração como o que realmente era: uma palavra de Deus. Isso
me confortou e renovou minhas forças. Foi realmente um dia especial.
A Bíblia diz que “há tempo para
todas as coisas” (Ec. 3), mas nossas prioridades e valores são desordenados pelas pressões da pós modernidade. No
afã de quebrar paradigmas adquirimos outros sem ao menos avaliar se são realmente
melhores do que os anteriores. (Em alguns casos é melhor ficar sem nenhum!)
Hoje vejo mulheres deixando os filhos sempre para depois. Depois da faculdade, da carreira, da estabilidade financeira, depois do trabalho, depois de tudo, quando já estão velhas demais, cansadas demais,... Outras têm filhos, mas os deixam na
creche, na escolinha, com a empregada ou sob cuidado de outrem, abnegando o prazer
de criá-los a seu modo (o melhor modo!). Ainda há aquelas que, em nome do seu “chamado
ministerial”, largam os filhos para “fazer a obra de Deus”. Mães relapsas que
certamente chorarão este precioso tempo perdido. Será que vale a pena? É isso que
agrada a Deus? É assim que Ele quer? Foi pra isso que Ele criou a mulher? Foi
pra isso que nos deu o dom da maternidade?
O que é mais importante? Um
filho ou uma carreira? Um filho ou um curso, uma profissão, ajuntar dinheiro? Um
filho ou sucesso ministerial? Há maior prazer do que dar a luz um filho? Há maior
alegria do que vê-lo crescendo, se desenvolvendo e aprendendo a andar, falar,
escrever? Não! Não há dinheiro no mundo que pague a satisfação de educar um
filho para a vida! Não há carreira mais nobre! Não há maior satisfação pessoal! Não há ministério mais importante para Deus!
Precisamos analisar nossas
escolhas. Na lista de prioridades de Deus, primeiro vem a família, depois o ministério e depois a carreira secular, o emprego, a faculdade, etc. A
sabedoria de Deus planejou para ser assim. Além disso, filhos são como as
flechas do valente. Você os atira e eles vão além. Além da nossa carreira, além
da nossa educação, além da nossa capacidade. Eles serão a resposta do nosso
maior investimento: investir vida na vida. E isso não tem preço!
Pense nisso...
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