Este é um assunto que deve ser tratado com toda seriedade. Existem
crentes velhos que se comportam como crianças, mas também crentes novos que têm
feito bom uso das Escrituras e bons livros evangélicos ao ponto de serem já firmes
e bem instruídos.
Pessoas espirituais vêm à igreja para encontrar-se com Deus; não
desejam entretenimento. Já os crentes imaturos, quando este “entretenimento”
não lhes é oferecido, buscam obtê-lo de qualquer forma, pulando de igreja em igreja,
ou mesmo preferindo ir ao teatro, cinema, jogos de futebol, festinhas e lugares de
diversão.
A vida cristã é alegre e dentro da igreja há espaço para diversão e
alegria saudável e pura. Como qualquer pessoa, o cristão também precisa do “tempo de sorrir” (Ec. 3), mas o povo de
Deus não vai à igreja em busca de divertimento ou entretenimento, e nem se sente
confortável ao encontrá-lo na igreja. Adoração e entretenimento podem andar
juntos, mas há o limite da reverência e do temor a Deus. Adoração e leviandade
jamais caminham juntas.
E a palavra chave aqui é maturidade espiritual. O cristão espiritualmente
maduro treme diante da Palavra de Deus e possui um elevado conceito sobre cada
aspecto da adoração a Deus.
O que vemos hoje, em algumas igrejas (não todas, graças a Deus!), é uma bagunça na liturgia dos cultos, pessoas querendo
aparecer, shows de pirotecnia e verdadeiros animadores de auditório. Outros ainda,
em nome de uma falsa espiritualidade, fazem muito estardalhaço, gritam, pulam,
se jogam no chão, dançam freneticamente dizendo-se cheios do Espírito Santo. Será
este o culto que agrada a Deus?! Será que é assim que o Espírito se manifesta?! Estas reuniões se parecem mais com os cultos a
espíritos e entidades de outras religiões do que com os cultos da igreja
primitiva! Houve bagunça naqueles tempos? Sim, houve. Mas lembre-se que eles
nunca haviam experimentado o Espírito Santo. Além disso, o apóstolo Paulo os
instruiu e os disciplinou para que o culto fosse organizado e inteligível (Leia
I Coríntios 14).
A Palavra de Deus diz que nosso culto deve ser racional, isto é,
devemos cultuar a Deus com a razão, mas também com a emoção. Porém, isso não significa
dar lugar a modismos e imitações da “alegria” ou das festas mundanas. Os papéis
estão invertidos. O mundo é que deve imitar a igreja; os não crentes é que devem
desejar ter a alegria que os cristãos têm, e não ao contrário. Observe o grifo:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão
de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus, que é o vosso culto racional. E não
sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
Rom. 12.1-2
Existe um limite muito tênue entre ser alegre e ser divertido. O culto
pode e deve ser alegre, porém deve alegrar primeiro a Deus e não aos cristãos,
pois é para Ele que cultuamos e não para nós mesmos. E o culto que agrada a Deus
deve ser um sacrifício vivo, santo e racional.
O crente imaturo age como uma criança, sem disciplina, reverência ou
temor; exige que o culto agrade a ele e quando não o agrada, parte para outra igreja
que ofereça o que ele busca. Já o cristão maduro exige espiritualidade e
comprometimento com a Palavra, não apenas na pregação como também nas orações,
na mensagem dos cânticos e na organização dos cultos. Ele anela contemplar
espiritualidade na casa de Deus e tem todo o direito de encontrá-la ali.
Por certo, nosso Deus é alegre, generoso e simpático. Não podemos
oferecer a Ele um culto cerimonial e frio, inflexível e chato. Mas também não podemos
abrir mão da reverência que a Ele é devida.
“O Senhor está no seu santo templo;
cale-se diante dele toda a terra; cale-se diante dele toda a terra.” Habacuque 2.20
Pense nisso!
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