Em gritante contraste com a atitude de
Jesus que ia para Jerusalém disposto a cumprir a vontade de Deus, os discípulos queriam a glória, não a cruz. Desde o início,
Jesus sempre lhes revelou claramente a vontade de Deus: que Ele seria entregue para
ser torturado e morto e, depois, ressuscitar ao terceiro dia. Eles, porém, não
entenderam. Acreditavam que Ele iria restaurar Israel e
estabelecer um reino terrestre. Podemos imaginá-los na estrada pra Cafarnaum
discutindo: “Ninguém batizou mais gente do
que eu!”; “Pode ser; mas eu sou mais instruído
e mereço posição mais importante!” Eles pensavam na glória e no poder, não
percebiam, ou não queriam ver, que havia um preço a pagar mais adiante.
Assim como
eles, há muitos que seguem a Jesus pela glória, pelo poder, por fama, dinheiro,
saúde, carro, prosperidade financeira, etc. Mas aqueles que desejam segui-Lo
devem estar dispostos a pagar o preço, que não é barato. A salvação é de graça.
Mas o discipulado custa tudo!
Pedro perguntou a Jesus: “Nós deixamos tudo para Te seguir! Que será de nós?!” Jesus respondeu: “...quando o
filho do homem se assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também
se assentarão em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Mateus
19.27,28). Ao se
aproximarem de Jerusalém, a expectativa dos discípulos aumentou. Ainda sem compreender
a vontade de Deus, estavam convencidos de que Jesus estabeleceria um reino
terrestre e pensavam na glória que lhes prometera. Eles ouviram Jesus falar
claramente sobre sua morte, mas a mente deles estava ocupada com pensamentos de
glória. Sua mente natural rejeitava a ideia de que Ele tinha de passar pela
dor e a morte.
Assim também,
muitos pensam que a jornada com Jesus é só de glória e alegrias. Sua mente
natural rejeita a ideia de que há sofrimento e dor. Tem glória? Tem, sim!
Tem alegrias? Claro que tem! Mas também tem preço, cálice, sofrimento, humilhação,
cruz e morte! Muitos cristãos não querem esta parte do plano, mas sem ela o
plano fica incompleto. Só quem tem a "mente de Cristo" entende as coisas espirituais como elas são.
Tiago e
João chamaram Jesus em particular e pediram: “Mestre, permita que na Tua glória nos assentemos um a tua direita e
outro à tua esquerda.” Jesus respondeu: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu
estou bebendo ou ser batizado com o batismo com que estou sendo batizado?!” “Podemos!”,
responderam eles. (Marcos 10.35 a
39). Em essência, Jesus estava dizendo: “Existe
um preço a pagar. Vocês devem estar dispostos a beber o cálice que eu bebo.” Sem compreender totalmente o significado e ansiosos por terem a solicitação
concedida, Tiago e João responderam rapidamente: “Sim! Somos capazes de beber do mesmo cálice!”
Os discípulos
queriam a glória, não a cruz.
Compartilhar
o cálice significava compartilhar o destino com alguém. O cálice que Jesus logo
iria beber estava cheio de tristeza, angústia e dor, continha os pecados do
mundo, incluía a coroa de espinhos, os vários açoites, a vergonha e a morte.
Jesus sabia que só pela obediência a vontade de Deus, bebendo o cálice de dores,
Ele poderia conquistar a Vitória Suprema sobre Satanás, sobre a morte e o pecado. Sabia que, somente pelo
derramamento do próprio sangue, a vontade de Deus seria efetivada (Hebreus 9.14
a 18). Mesmo conhecendo o preço, isto é, Seu cálice de dores, Jesus não mudou
de direção. Seus ouvidos estavam abertos para ouvir a vontade de Deus e Seu
coração disposto a obedecê-la. Ele não foi rebelde! Rumou para Jerusalém a fim
de enfrentar Seu destino e missão. Estava determinado, independente do custo, a fazer a
vontade de Deus (João 19.1 a 11). Ele suportou a cruz, até o último suspiro,
para cumprir a vontade de Deus.
Esse também
é o preço que cada cristão deve pagar quando decide seguir a Jesus. Ele disse: “Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si
mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Lucas 9.23).
É claro que
a morte de cruz já foi abolida, mas figurativamente, cada cristão tem uma cruz para
carregar, um preço a pagar. Cada um tem um propósito, uma missão, um cálice a
beber, uma tarefa dada por Deus a cumprir, independente do custo. Deus exige obediência. E obediência inclui a cruz.
Os discípulos
queriam a glória, não a cruz. Mas a glória só vem depois da cruz. Não existe glória
sem cruz. São etapas irrevogáveis.
Muitos discípulos
hoje também querem a glória sem a cruz. Mas um Evangelho sem dores, sem cálice,
sem cruz e sem preço a pagar não é o mesmo Evangelho de Jesus.
Os discípulos
queriam a glória, não a cruz.
E você, o que
realmente quer?
Para obter
a glória, Jesus desceu ao plano mais humilhante - o de servo. Para ter vida teve que morrer. Para receber o trono teve que obedecer, e obedeceu até a
morte. Para receber de Deus todo poder e autoridade, Ele cumpriu Sua missão, bebeu
Seu cálice, pagou o preço. Com a gente é do mesmo jeito!
O que você deseja receber
de Deus?
Primeiro, cumpra o propósito que Ele determinou para Sua vida, beba o
seu cálice, pague o seu preço e leve a sua cruz.
Simples assim...
Pense
nisso!
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