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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PRECISAMOS DE REGRAS


Precisamos de regras para viver, mas gostamos de brigar contra elas. Lutamos contra a hora de acordar. Desafiamos as leis do trânsito. Recusamos, como se fosse razoável, até as leis naturais que coordenam o cosmos, como a da gravidade.
Se há regras ruins -- e há --, feitas por aqueles que querem impor a desigualdade em benefício próprio e de seus iguais, temos que enfrentá-las até mudá-las. A existência de regras ruins não nos exime de seguir as boas.
Se predomina o autoritarismo -- e, às vezes, predomina --, na elaboração ou na coordenação das regras, o processo pode e 
deve ser discutido, nunca a necessidade delas.
Uma criança sem regras bem definidas não sabe por onde ir. Um adolescente sem regras interpreta que não é amado. Um jovem sem regras não  sabe sequer o que não pensar. O profissional sem regras não tem esperança de crescer na sua empresa ou organização, como se estivesse num pesadelo.
Precisamos de regras, lembrados que algumas delas funcionarão independentemente do que pensamos a seu respeito.
A ilusão de um mundo sem regras é apenas isto: uma ilusão. Até os grupos que querem se manter informais precisam de regras para conservar a sua informalidade.
As regras não são apenas para a vida em comunidade; elas são boas para a vida em família e indispensáveis para o indivíduo, mesmo em sua expressão máxima de solitude. Até quem deseja um mundo sem regras precisará carregar as suas próprias tábuas de mandamentos na jornada, para continuar vivo.
Um mundo em que tudo pode não faz bem a ninguém. Um mundo assim não é sequer verdadeiro.


Israel Belo de Azevedo


Pense nisso!

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