Entendendo
e mapeando bem estas fases abaixo, podemos nos reconhecer hoje como adultos,
entendendo onde pode ter surgido nossos pontos fortes e nossas fraquezas. E
podemos ajudar crianças e adolescentes ao nosso redor, que ainda estão passando
por esta jornada, que vai influenciar toda uma vida adulta, até a velhice.
Cada um de
nós tem um ritmo de desenvolvimento e uma personalidade, que evolui conforme
vivemos, mas que depende em grande parte do contexto e do ambiente em que
estamos inseridos. Erik Erikson classifica em 8 fases, sendo que destacaremos
as fases da infância e adolescência, a qual faço uma síntese, com observações
da minha experiência.
1- Confiança X Desconfiança > de 0 a 1 ano.
O
recém-nascido tem uma relação de dependência, principalmente da sua mãe. O
desenvolvimento da sua confiança ocorre se os cuidados forem prontamente
atendidos, satisfazendo plenamente suas necessidades básicas. Conforme seus
sentidos se desenvolvem, ele reconhece o ambiente como familiar, trazendo
tranquilidade e a sua primeira conquista é não sofrer de ansiedade na ausência
da mãe e superar o medo do abandono por ela. Esta fase, se mal conduzida, pode
gerar um crescimento cético e desconfiado, e um equilibro nesta fase faz a
criança sentir segurança e afeto, com confiança nas pessoas e no mundo.
2- Vergonha e dúvida X Autonomia > de 02 a 03
anos.
Nesta fase
a criança adquire autonomia de deslocamento e de controle de suas necessidades
fisiológicas, o que dá a ela autonomia, confiança e liberdade para tentar
coisas novas. Se o ambiente e as pessoas não correspondem às necessidades das
novas experiências, com críticas ou ridicularização, aparece a dúvida sobre si e medo de tomar
iniciativa, prejudicando sua autonomia.
O controle
dos pais deve ser firme para que entenda os limites das manifestações
emocionais como choro e raiva, e tranquilizador, para desenvolver sua
autonomia, visando não voltar ao estágio anterior da dependência.
3- Iniciativa x Culpa > de 04 a 05 anos.
Esta fase
é distinguida pela iniciativa, principalmente durante as brincadeiras, quando a
criança descobre o papel mais significativo para ela e o representa. É
importante que a criança identifique e projete seu papel para o meio em que
vive. É uma fase que entende as diferenças sexuais, menino e menina e é
importante reforçar sua identidade biológica. Ela quer ser tratada como alguém
especial e única, e diante disto começa a desenvolver a rivalidade e os ciúmes.
É a fase
de ser estimulada a explorar novas situações e novos conhecimentos. Se não for
tratada com atenção e zelo, ou se for reprimida ou castigada em demasia poderá
desenvolver culpa e ansiedade.
4- Habilidade x Inferioridade > dos 06 anos
até 11 anos.
É a fase
escolar, onde ela começa a ganhar reconhecimento pelo que faz, a qual exigirá
uma maior socialização com trabalho em conjunto e cooperatividade. Adquire
novos conhecimentos e habilidades se tornando produtiva, sendo que precisa de
incentivo da família e do meio em que está para isto.
Caso tenha
dificuldades nesta fase, com críticas do grupo e até da família, e não havendo
reconhecimento e estímulos suficientes, pode gerar uma sensação de inadequação
passando a viver a inferioridade ou invés da construtividade e domínio das suas
habilidades.
5- Identidade X Confusão de papéis > dos 12
aos 18 anos ou até mais (rss).
Esta fase
é diferente, pois é o momento da identidade versus confusão, uma crise
psicossocial que todos adolescentes passam. Uma fase de insegurança no
conhecimento, nas habilidades, nas experiências e do que se acreditava
anteriormente, onde aquilo que não foi constituído de forma firme e coeso nas
fases anteriores aumenta ainda mais, podendo causar conflito de personalidade,
que é acentuado pelas mudanças corporais.
Nesta fase
tem uma grande preocupação com a imagem que passa para os outros, e tem um
conflito constante do que foi até agora e do que precisa ser no futuro. É uma
fase que podem ser muito influenciados e idealistas, sendo importante oferecer
a eles causas sadias e que fazem sentido para sua forma de pensar. Caso atravessem
esta fase com tranquilidade e com sonhos e metas bem estabelecidos, construirão
uma identidade sólida, do contrário sempre estarão fingido ser o que não são.
Erik
Erikson, não faz apontamentos sobre a gestação, mas é uma fase importante. Vale
a pena pesquisar uma linha de estudo que fala dos 1.000 dias de vida, que
compreende a gestação e os primeiros dois anos de vida, onde pode ter
influencia vital na personalidade e até nas disforias.
Entendendo
a verdade sobre nós mesmos, sobre nossos filhos e sobre quem está ao nosso redor, temos
forças para lutar contra as mentiras que trazem medo, aprisionamento e não nos
deixam crescer.
É preciso
ressignificar a fase que não foi bem estruturada, reafirmar com palavras e ações
que geram confiança e superação, colocar verdades onde existem incertezas,
inseguranças ou mentiras.
Pense
nisso!
E
compartilhe com seus amigos.
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